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terça-feira, 3 de junho de 2008

Análise Qualitativa de Dados

Inicia-se hoje, com a Análise Qualitativa de Dados, a segunda parte do Tema "Análise de Dados", desta Unidade Curricular.

A Análise Qualitativa de Dados gerou técnicas próprias que, actualmente, caracterizam uma metodologia específica. Neste domínio, importa salientar duas ideias básicas:
  1. A análise de dados deve ser estudada em estreita relação com as abordagens metodológicas qualitativas e não deve ser reduzida a técnicas que o investigador selecciona e aplica arbitrariamente;
  2. A análise é mediada pelos objectivos da investigação, devendo, portanto, obedecer a uma meta e a orientações claras (Colás, 1997).
Retomando a Dissertação “Processos de Liderança e Desenvolvimento Curricular no 1º. Ciclo do Ensino Básico: Estudo de Caso” e privilegiando o estudo empírico realizado nesta investigação, nomeadamente, o que diz respeito à análise de dados (pp. 110-183), é-nos solicitada uma reflexão sobre algumas questões.

Nessa reflexão, deverão ser tidos em conta o corpus recolhido pela investigadora e a metodologia de análise adoptada na Dissertação em análise.

As questões para reflexão são as seguintes:

1) Se desenvolvesse uma investigação centrada no objecto de estudo desta Dissertação, escolheria a entrevista como método de recolha de informação?

2) Os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas adequam-se aos objectivos da investigação?

3) Quais são as principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora?

4) A análise de conteúdo revela-se um método adequado para o tratamento da informação recolhida?

5) De acordo com as leituras que realizou, poderiam ter sido seguidas outras metodologias de análise das entrevistas?

6) Compare a sistematização da análise de conteúdo realizada pela autora com os outputs parciais publicados no espaço de documentos sobre análise qualitativa (“Análise Qualitativa.Tratamento” e Análise Qualitativa.Quadros). Que comentários lhe sugerem as diferenças que identifica?

As respostas a estas questões serão publicadas, até 9 de Junho de 2008, inclusive, no Fórum Livre da Actividade, criado no espaço da Unidade Curricular.

domingo, 25 de maio de 2008

Análise Quantitativa de Dados

No processo de investigação, passada a fase de recolha de dados há que analisar esses mesmos dados, com vista à obtenção de resultados que possam contribuir para os objectivos da investigação.

A análise desses dados, tal como se referiu no post anterior pode ser quantitativa ou qualitativa. Neste post iremos focar-nos sobre a análise quantitativa de dados.

Em análise quantitativa, os dados podem ser do tipo estatístico (dados representados sob a forma numérica, dizendo respeito a uma amostra concreta) ou paramétrico (dados generalizáveis, por estatística inferencial, à população que inclui a amostra).

A análise quantitativa de dados pode incidir sobre dados de natureza quantitativa ou qualitativa. Isto corresponde a analisar variáveis de natureza quantitativa (características mensuráveis, passíveis de ser expressas em valores numéricos, reportados a uma unidade de medida ou a uma relação de ordem) ou qualitativa (atributos ou categorias descrevendo sujeitos e situações, podendo ser de natureza dicotómica ou politómica).

A atribuição de valores às variáveis ou características em análise, faz-se recorrendo a uma escala de medida, que poderá ser nominal (para atributos qualitativos), ordinal (traduzindo gradientes de intensidade, relativamente a variáveis de natureza qualitativa), intervalar (adequadas a variáveis quantitativas, mas sem zero absoluto) ou de razão/proporcional (adequadas a variáveis quantitativas, mas com zero absoluto).

Em análise quantitativa de dados, o tipo de dados condiciona os testes estatísticos a adoptar. Neste aspecto particular, amostras de reduzida dimensão tornam alguns desses testes desadequados ou mesmo de impossível aplicação.

Tendo em conta o que se referiu relativamente à escala de medida, apenas as escalas intervalar e de razão/proporcional, por serem adequadas a variáveis quantitativas, permitem operações matemáticas no interior da escala (adição e subtracção na escala intervalar; adição, subtracção, multiplicação e divisão na escala de razão/proporcional).

Tal como vimos relativamente ao tipo de dados passíveis de análise quantitativa, esta pode recorrer à estatística descritiva e/ou à estatística inferencial.

Recorre-se à estatística descritiva para descrever (de modo numérico e/ou gráfico) e organizar os dados. Por outro lado, recorre-se à estatística inferencial para procurar relações entre os dados analisados e/ou verificar hipóteses previamente colocadas, ou ainda a estimar parâmetros da população a partir dos dados da amostra.

A estatística inferencial pode socorrer-se de técnicas paramétricas (exigindo determinadas condições, como, por exemplo, escala intervalar, curva de distribuição normal, amostra não inferior a 30 elementos e uma dispersão em subgrupos com variância semelhante) ou não paramétricas (não exigindo condições especiais), sendo que as primeiras, pelo facto de exigirem determinadas condições, são mais fiáveis, dotando, por isso, os testes de maior potência.

Na prática, as técnicas de estatística descritiva podem criar as condições para que o investigador recorra às técnicas de estatística inferencial.

Na sequência da análise exploratória dos dados, com recurso a técnicas de estatística descritiva, poderão surgir condições para, no processo de investigação, se utilizarem técnicas de estatística inferencial, com o objectivo de explorar as possíveis hipóteses de relações entre os dados obtidos, mesmo que essas relações não tenham sido consideradas a priori como hipóteses de investigação (como acontece no caso de investigações exploratórias, que, normalmente, utilizam abordagens do tipo indutivo).

terça-feira, 20 de maio de 2008

Análise e Tratamento de Dados

Iniciamos hoje um novo Tema: Análise e Tratamento de Dados. Este tema será decomposto em 4 fases, distribuídas do seguinte modo:
  • 1ª. fase (20 a 26 de Maio): estudo individual sobre as diversas técnicas de análise de dados;
  • 2ª. fase (27 de Maio a 02 de Junho): análise individual e resolução de um problema, visando a exploração de uma das dissertações, já exploradas, no que se refere às técnicas quantitativas de análise de dados;
  • 3ª. fase (03 a 09 de Junho): estudo individual sobre as técnicas de análise qualitativa de dados e apreciação de uma das dissertações, já exploradas, no que se refere às técnicas de análise qualitativa usadas;
  • 4ª. fase (10 a 16 de Junho): debate, em fórum geral (alargado à Turma), sobre as técnicas analisadas.
Nesta primeira fase, far-se-á a exploração geral e identificação de técnicas de análise de dados, com o objectivo de:
  • Inventariar as técnicas quantitativas de análise de dados;
  • Identificar os procedimentos mais comuns adoptados na análise qualitativa de dados;
  • Reflectir sobre a relação entre os objectivos de uma investigação, as técnicas de recolha de dados aplicadas e as técnicas de análise adequadas.
Nesta actividade será utilizada a bibliografia indicada nas orientações para a mesma, dirigindo o estudo, tanto quanto possível, para as vertentes "análise quantitativa de dados" e "análise qualitativa de dados".

domingo, 18 de maio de 2008

Reflexões sobre Investigação-Acção (II)

A Investigação-Acção parte do pressuposto de que o profissional tem a competência e a capacidade para formular questões relevantes no contexto da sua prática, de forma a identificar os objectivos a alcançar, a definir as estratégias e metodologias adequadas, bem como a monitorizar quer os processos, quer os resultados.

Em contexto educacional, a Investigação-Acção desempenha um papel importante na formação do professor reflexivo e que ambiciona, em permanência, a melhoria da aprendizagem das crianças.

A Investigação-Acção tem um importante poder transformativo, pelo que desempenha uma função nuclear em termos das mudanças verificadas ao nível do universo restrito e particular de cada Escola.

Com a Investigação-Acção consegue produzir-se conhecimento através da ligação à modificação de uma realidade social, em contexto limitado, com a participação activa dos interessados.

De forma auto-reflexiva, a Investigação-Acção visa melhorar a racionalização e a adequação das práticas sociais e/ou educacionais e o respectivo entendimento, em função das situações em que ocorrem.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Técnicas de Recolha de Dados: a Entrevista


Depois de se ter abordado a temática do Questionário como técnica de recolha de dados em Investigação, é agora a vez da Entrevista.

Para que a Entrevista, como técnica de recolha de dados, possa cumprir na plenitude a sua finalidade como técnica de recolha de dados, é importante que entre entrevistador e entrevistado exista confiança e empatia.

A ideia de que a entrevista é apenas qualitativa, é uma ideia errada, já que a entrevista pode ser quantitativa e qualitativa.

O tipo de entrevista a utilizar, como técnica de recolha de dados, dependerá, em primeiro lugar, da natureza da investigação (quantitativa, qualitativa ou mista), da respectiva abordagem (confirmatória/dedutiva ou exploratória/indutiva) dessa investigação e, obviamente, dos objectivos da investigação.

Estes últimos, em particular, para além de ditarem a natureza quantitativa ou qualitativa da entrevista, ditam a forma da entrevista, nomeadamente no que diz respeito à sua maior, menor ou ausência de estruturação.

As entrevistas quantitativas normalmente são padronizadas (a mesma informação é fornecida a toda a gente), utilizam questões fechadas e o seu guião é muito semelhante ao de um questionário (as duas grandes diferenças para o questionário são as seguintes: quem entrevista lê as questões e regista as respostas).

As entrevistas qualitativas normalmente baseiam-se em questões de resposta aberta e a forma como estão ou não estruturadas pode variar entre as entrevistas estruturadas e as não estruturadas, passando pelas semi-estruturadas.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Objectivos da Investigação Educacional



A Investigação Educacional tem cinco objectivos principais:

- Exploração: corresponde à tentativa de gerar ideias acerca de alguma coisa;

- Descrição: corresponde à enumeração e exposição das características de alguma coisa ou de algum fenómeno;

- Explicação: pretende mostrar como e porquê um determinado fenómeno ocorre da maneira que ocorre. Se se estiver interessado em causalidade (ligação dos efeitos às suas causas), então há interesse na explicação;

- Predição: este é um objectivo essencial quando a finalidade da investigação é a de antecipar, com rigor, o que pode acontecer no futuro. As "ciências avançadas" têm a capacidade de fazer predições mais rigorosas do que as modernas "ciências sociais e comportamentais";

- Influenciar: envolve a aplicação dos resultados da investigação, tendo em vista causar um determinado tipo de impacto sobre o "meio" onde se pretendem obter determinadas alterações/mudanças, por via dessa aplicação.

Consoante um destes objectivos se assuma como o objectivo primário da Investigação, assim esta poderá poderá designar-se, respectivamente, por investigação exploratória, investigação descritiva, investigação explicativa, investigação preditiva ou investigação demonstrativa.


Adaptado de:
Johnson, B. & Christensen, L. (????). Educational Research: Quantitative, Qualitative, and Mixed Approaches (Chapter 1).