Relativamente às questões para reflexão, sobre Análise Qualitativa de Dados, elaborámos as seguintes respostas:
1) Se desenvolvesse uma investigação centrada no objecto de estudo desta Dissertação, escolheria a entrevista como método de recolha de informação?
Tendo em conta o Problema de Investigação (materializado por uma questão investigativa) e Objectivos (ponto 3.2. da Dissertação) e pelas mesmas razões que as invocadas pela autora no ponto 3.6.2. da Dissertação, também escolheria a entrevista qualitativa como técnica de recolha de informação.
Não o faria de modo exclusivo, já que seria importante, tal como a autora fez, numa 1ª. fase da recolha de dados, recorrer à análise de documentos que lhe permitiram caracterizar o contexto do seu estudo (um estudo de caso instrumental, de natureza qualitativa, utilizando uma abordagem exploratória).
Nesta circunstâncias, a entrevista qualitativa permite relevar o ponto de vista do entrevistado, com uma grande liberdade de resposta, e a sua flexibilidade (própria da entrevista semi-estruturada utilizada no estudo) permite ao investigador redireccionar as questões e/ou aprofundar assuntos em função das respostas que o entrevistado vai dando.
Na investigação qualitativa, a entrevista visa a obtenção de respostas completas, detalhadas e em profundidade, e os entrevistados podem-no ser por várias vezes, se isso for adequado para a investigação, algo que acontece neste estudo.
Pelas suas características, a entrevista é particularmente "talhada" como técnica de recolha de dados em investigação qualitativa, em particular quando o objecto da investigação é de obter resposta a um Problema ou Questão investigativa, exigindo a descrição e compreensão de determinados aspectos, algo que é comum em estudos/investigações exploratórios como este.
Pelas características da Investigação Qualitativa, a entrevista é particularmente adequada como técnica de recolha de dados tendo em conta que:
- As acções serão mais facilmente compreendidas se forem observadas no seu ambiente habitual de ocorrência, algo que é possível através entrevista pessoal;
- O estudo tem um carácter descritivo, onde não interessam apenas as palavras, mas também os gestos, atitudes, comportamentos e expressões;
- Permite a compreensão do significado (o "porquê"), algo essencial em Investigação Qualitativa, pois valoriza as perspectivas participantes, ou seja as diferentes perspectivas que várias pessoas possam ter sobre um mesmo objecto, coisa ou acção.
A entrevista permite descobrir o que os sujeitos sentem, o que pensam e como agem, aspectos de diversidade dos quais resulta a riqueza da Investigação Qualitativa.
2) Os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas adequam-se aos objectivos da investigação?
Pensamos que sim, que os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas (os procedimentos relativos à metodologia utilizada - análise de conteúdo) foram adequados aos objectivos da investigação, em particular, àqueles que a autora fez corresponder à 2ª. fase da recolha de dados (Quadro 5, p. 90 da Dissertação).
Tal como a autora refere, dada a complexidade e profundidade do corpus de dados recolhido, o processo utilizado na análise dos dados obtidos pelas entrevistas, permitiu organizá-los e sintetizá-los procurando padrões, interpretando e tornando os materiais recolhidos compreensíveis para si e para os outros.
Ao recorrer à análise de conteúdo e à sistematização correspondente, tendo como objectivo a produção de um texto analítico sobre os dados, descreveu os dados mas fez também inferências tendo em vista a particularização relativa a cada um destes objectivos do estudo (algo que seria difícil sem essa sistematização):
- Compreender o modo como os diferentes actores vêem esta escola;
- Identificar as características e estratégias de liderança e de gestão numa escola do 1º ciclo do Ensino Básico;
- Analisar o papel e a influência da(s) liderança(s) no processo de desenvolvimento do currículo a partir das percepções dos pais, professores, alunos e coordenadora de escola;
- Interpretar os efeitos e influências das lideranças na cultura e no clima da escola, no comportamento e aproveitamento dos alunos, e também nas famílias e comunidades locais.
3) Quais são as principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora?
As principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora, foram essencialmente a organização e sintetização da informação recolhida pelas entrevistas, procurando padrões que permitissem, primeiro, categorizar e, depois, codificar os dados obtidos, utilizando uma análise vertical, mas também horizontal (comparativa), o que permitiu a redução da informação, tendo em vista facilitar o seu processo de descrição e interpretação (algo que é bastante complexo em investigação qualitativa), tal como a autora explica no ponto 3.8. da Dissertação.
Deste modo, a investigadora conseguiu "sintetizar" os dados recolhidos, "orientando-os", em particular e tal como já se referiu na resposta à pergunta 2, para os 4 últimos objectivos definidos na parte final do ponto 3.2. da Dissertação, correspondentes à 2ª. fase, tal como consta do Quadro 5 (p. 90) da Dissertação.
4) A análise de conteúdo revela-se um método adequado para o tratamento da informação recolhida?
Sim, pensamos que a análise de conteúdo é um método adequado para o tratamento da informação recolhida, porque permite lidar com comunicações frequentemente numerosas e extensas para delas extrair um conhecimento que a simples leitura ou audição cumulativa não permitiria formar.
É, pois, uma metodologia que permite a "filtragem" dos dados recolhidos, ajudando o investigador a descobrir o essencial, combatendo a tendência em que este poderá cair de incluir tudo o que seja passível de ser descrito, ainda que acessório.
Essa "filtragem" consegue-se pelo levantamento de padrões, nas respostas obtidas às entrevistas, e consequente categorização e codificação, metodologia que permite dar importância ao que é essencial e passar para segundo plano aquilo que não for essencial.
5) De acordo com as leituras que realizou, poderiam ter sido seguidas outras metodologias de análise das entrevistas?
Efectivamente, nas leituras realizadas deparámo-nos com outras metodologias de análise de entrevistas, para além da análise de conteúdos, como, por exemplo, a Análise Semiótica, a Grounded Theory ou, ainda, a utilização de software de análise qualitativa.
Destas três metodologias, tendo em conta que o tipo de entrevista utilizado no estudo de caso da Dissertação foi a entrevista semi-estruturada, parece-nos que a mais adequada seria o recurso a software de análise qualitativa, o qual poderia ser utilizado de modo complementar e integrado com a análise de conteúdo, facilitando, pela introdução de algum grau de automatização, o trabalho de categorização e codificação dos dados (organização e sistematização), e posterior análise e interpretação dos mesmos, processo que foi efectuado de modo "manual" pela autora na Dissertação em análise.
6) Compare a sistematização da análise de conteúdo realizada pela autora com os outputs parciais publicados no espaço de documentos sobre análise qualitativa (“Análise Qualitativa.Tratamento” e Análise Qualitativa.Quadros). Que comentários lhe sugerem as diferenças que identifica?
As diferenças identificadas situam-se sobretudo ao nível do modo como a informação foi organizada e sistematizada.
Assim , temos que, na Dissertação, os dados forma organizados, sistematizados e apresentados de forma analítica e sequencial, em função dos aspectos em análise (aspecto a aspecto), tendo em vista os quatro objectivos do estudo antes identificados (e para os quais as entrevistas procuravam a recolha de dados), ao passo que nos outputs parciais apresentados nos dois documentos mencionados, sobre análise qualitativa, a organização e sistematização dos dados é própria da utilização de um software de análise qualitativa, metodologia que não foi a utilizada pela autora da Dissertação (mas sim a análise de conteúdo).
Voltamos a referir que, a utilização de software de análise qualitativa não "colidiria" com a análise de conteúdo efectuada, podendo ser utilizado de modo complementar, em particular no que diz respeito à obtenção dos tais aspectos essenciais (padrões) após a categorização e codificação das respostas às entrevistas.
1) Se desenvolvesse uma investigação centrada no objecto de estudo desta Dissertação, escolheria a entrevista como método de recolha de informação?
Tendo em conta o Problema de Investigação (materializado por uma questão investigativa) e Objectivos (ponto 3.2. da Dissertação) e pelas mesmas razões que as invocadas pela autora no ponto 3.6.2. da Dissertação, também escolheria a entrevista qualitativa como técnica de recolha de informação.
Não o faria de modo exclusivo, já que seria importante, tal como a autora fez, numa 1ª. fase da recolha de dados, recorrer à análise de documentos que lhe permitiram caracterizar o contexto do seu estudo (um estudo de caso instrumental, de natureza qualitativa, utilizando uma abordagem exploratória).
Nesta circunstâncias, a entrevista qualitativa permite relevar o ponto de vista do entrevistado, com uma grande liberdade de resposta, e a sua flexibilidade (própria da entrevista semi-estruturada utilizada no estudo) permite ao investigador redireccionar as questões e/ou aprofundar assuntos em função das respostas que o entrevistado vai dando.
Na investigação qualitativa, a entrevista visa a obtenção de respostas completas, detalhadas e em profundidade, e os entrevistados podem-no ser por várias vezes, se isso for adequado para a investigação, algo que acontece neste estudo.
Pelas suas características, a entrevista é particularmente "talhada" como técnica de recolha de dados em investigação qualitativa, em particular quando o objecto da investigação é de obter resposta a um Problema ou Questão investigativa, exigindo a descrição e compreensão de determinados aspectos, algo que é comum em estudos/investigações exploratórios como este.
Pelas características da Investigação Qualitativa, a entrevista é particularmente adequada como técnica de recolha de dados tendo em conta que:
- As acções serão mais facilmente compreendidas se forem observadas no seu ambiente habitual de ocorrência, algo que é possível através entrevista pessoal;
- O estudo tem um carácter descritivo, onde não interessam apenas as palavras, mas também os gestos, atitudes, comportamentos e expressões;
- Permite a compreensão do significado (o "porquê"), algo essencial em Investigação Qualitativa, pois valoriza as perspectivas participantes, ou seja as diferentes perspectivas que várias pessoas possam ter sobre um mesmo objecto, coisa ou acção.
A entrevista permite descobrir o que os sujeitos sentem, o que pensam e como agem, aspectos de diversidade dos quais resulta a riqueza da Investigação Qualitativa.
2) Os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas adequam-se aos objectivos da investigação?
Pensamos que sim, que os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas (os procedimentos relativos à metodologia utilizada - análise de conteúdo) foram adequados aos objectivos da investigação, em particular, àqueles que a autora fez corresponder à 2ª. fase da recolha de dados (Quadro 5, p. 90 da Dissertação).
Tal como a autora refere, dada a complexidade e profundidade do corpus de dados recolhido, o processo utilizado na análise dos dados obtidos pelas entrevistas, permitiu organizá-los e sintetizá-los procurando padrões, interpretando e tornando os materiais recolhidos compreensíveis para si e para os outros.
Ao recorrer à análise de conteúdo e à sistematização correspondente, tendo como objectivo a produção de um texto analítico sobre os dados, descreveu os dados mas fez também inferências tendo em vista a particularização relativa a cada um destes objectivos do estudo (algo que seria difícil sem essa sistematização):
- Compreender o modo como os diferentes actores vêem esta escola;
- Identificar as características e estratégias de liderança e de gestão numa escola do 1º ciclo do Ensino Básico;
- Analisar o papel e a influência da(s) liderança(s) no processo de desenvolvimento do currículo a partir das percepções dos pais, professores, alunos e coordenadora de escola;
- Interpretar os efeitos e influências das lideranças na cultura e no clima da escola, no comportamento e aproveitamento dos alunos, e também nas famílias e comunidades locais.
3) Quais são as principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora?
As principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora, foram essencialmente a organização e sintetização da informação recolhida pelas entrevistas, procurando padrões que permitissem, primeiro, categorizar e, depois, codificar os dados obtidos, utilizando uma análise vertical, mas também horizontal (comparativa), o que permitiu a redução da informação, tendo em vista facilitar o seu processo de descrição e interpretação (algo que é bastante complexo em investigação qualitativa), tal como a autora explica no ponto 3.8. da Dissertação.
Deste modo, a investigadora conseguiu "sintetizar" os dados recolhidos, "orientando-os", em particular e tal como já se referiu na resposta à pergunta 2, para os 4 últimos objectivos definidos na parte final do ponto 3.2. da Dissertação, correspondentes à 2ª. fase, tal como consta do Quadro 5 (p. 90) da Dissertação.
4) A análise de conteúdo revela-se um método adequado para o tratamento da informação recolhida?
Sim, pensamos que a análise de conteúdo é um método adequado para o tratamento da informação recolhida, porque permite lidar com comunicações frequentemente numerosas e extensas para delas extrair um conhecimento que a simples leitura ou audição cumulativa não permitiria formar.
É, pois, uma metodologia que permite a "filtragem" dos dados recolhidos, ajudando o investigador a descobrir o essencial, combatendo a tendência em que este poderá cair de incluir tudo o que seja passível de ser descrito, ainda que acessório.
Essa "filtragem" consegue-se pelo levantamento de padrões, nas respostas obtidas às entrevistas, e consequente categorização e codificação, metodologia que permite dar importância ao que é essencial e passar para segundo plano aquilo que não for essencial.
5) De acordo com as leituras que realizou, poderiam ter sido seguidas outras metodologias de análise das entrevistas?
Efectivamente, nas leituras realizadas deparámo-nos com outras metodologias de análise de entrevistas, para além da análise de conteúdos, como, por exemplo, a Análise Semiótica, a Grounded Theory ou, ainda, a utilização de software de análise qualitativa.
Destas três metodologias, tendo em conta que o tipo de entrevista utilizado no estudo de caso da Dissertação foi a entrevista semi-estruturada, parece-nos que a mais adequada seria o recurso a software de análise qualitativa, o qual poderia ser utilizado de modo complementar e integrado com a análise de conteúdo, facilitando, pela introdução de algum grau de automatização, o trabalho de categorização e codificação dos dados (organização e sistematização), e posterior análise e interpretação dos mesmos, processo que foi efectuado de modo "manual" pela autora na Dissertação em análise.
6) Compare a sistematização da análise de conteúdo realizada pela autora com os outputs parciais publicados no espaço de documentos sobre análise qualitativa (“Análise Qualitativa.Tratamento” e Análise Qualitativa.Quadros). Que comentários lhe sugerem as diferenças que identifica?
As diferenças identificadas situam-se sobretudo ao nível do modo como a informação foi organizada e sistematizada.
Assim , temos que, na Dissertação, os dados forma organizados, sistematizados e apresentados de forma analítica e sequencial, em função dos aspectos em análise (aspecto a aspecto), tendo em vista os quatro objectivos do estudo antes identificados (e para os quais as entrevistas procuravam a recolha de dados), ao passo que nos outputs parciais apresentados nos dois documentos mencionados, sobre análise qualitativa, a organização e sistematização dos dados é própria da utilização de um software de análise qualitativa, metodologia que não foi a utilizada pela autora da Dissertação (mas sim a análise de conteúdo).
Voltamos a referir que, a utilização de software de análise qualitativa não "colidiria" com a análise de conteúdo efectuada, podendo ser utilizado de modo complementar, em particular no que diz respeito à obtenção dos tais aspectos essenciais (padrões) após a categorização e codificação das respostas às entrevistas.
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