Esta foi mais uma semana interessante no âmbito da Unidade Curricular "Investigação Educacional", com a actividade da Equipa a recuperar, no final, a sua boa dinâmica habitual. O ligeiro abrandamento no ritmo do debate em Equipa, verificado durante o início e o meio da semana, deveu-se, sobretudo, ao empenhamento exigido noutras Unidades Curriculares do Mestrado.
Durante a actividade que decorreu neste período, o objectivo da Equipa era o de elaborar uma matriz exemplificativa de um guião de entrevista semi-estruturada. De início, fiquei com a sensação de que haveriam algumas dúvidas relativamente ao modo como a actividade desta temática devia ser abordada, para se chegar a um resultado final.
De qualquer modo, o trabalho foi decorrendo em várias frentes, as quais acabariam (como é hábitual) por contribuir para o esclarecimento no final daquelas dúvidas "metódicas" que costumam surgir na hora de escolher entre várias opções. Entre essas frentes contou-se a leitura e análise da bibliografia recomendada para a actividade, a análise de uma dissertação onde a entrevista foi utilizada como técnica de recolha de dados, a análise das características, vantagens e desvantagens da entrevista como técnica de recolha de dados (e da entrevista semi-estruturada em particular, bem como o debate relativamente ao modo como deveria ser elaborado (e o que deveria incluir) um guião de entrevista semi-estruturada.
Nesse sentido, no dia 30 Abr 2008 (Qua), elaborei uma proposta de matriz à Equipa, para debate e posteriores ajustamentos e alterações, muito baseada naquilo que consta da Fig. 15.1 em Interviewing in Qualitative Research (pág. 319). Esta proposta provocou bastante debate, sobretudo porque, a princípio, haviam outros entendimentos (em aspectos de pormenor) relativamente ao modo como a matriz deveria ser construída e o que deveria conter.
Aspectos como o "loop" relativo à introdução de novas questões ou de revisão/reformulação das anteriores, sobre a validação do instrumento "entrevista" (e em que fase deveria surgir), assim como algumas "reticências" quanto a algumas "colunas" da matriz ou ao modo como as células deveriam ser preenchidas (se é que tinham de ser preenchidas), acabaram por levar a uma ligeira simplificação da matriz proposta inicialmente, quer em termos do número de linhas (passos na elaboração do guião), quer do número de colunas (tarefas por passo, recursos humanos, materiais e financeiros a utilizar em cada passo, datas de início e de fim de cada passo e observações).
A tarefa não era particularmente fácil, dada a indicação de elaboração de guião para uma entrevista "semi-estruturada", um tipo de entrevista que tem características particulares (apesar de planeada, permite flexibilidade e adaptabilidade ao entrevistador para alterar a ordem de tópicos ou perguntas dentro de cada tópico, ou mesmo a colocação de questões não planeadas, em função do decorrer da entrevista) e que, à partida, dificultaram qualquer tentativa de sistematização e planificação.
A proposta final acabou por agradar bastante a todos os elementos da Equipa e, em síntese, o resultado foi o seguinte:
Matriz exemplificativa do guião de uma entrevista semi-estruturada
Linhas da matriz
- Área geral a investigar
- Questões específicas a investigar
- Tópicos da entrevista
- Formulação das questões da entrevista
- Revisão/reformulação das questões da entrevista
- Introdução de novos tópicos da entrevista e/ou ajustamento dos tópicos de entrevista previamente definidos
- Criar alguma ordem nos tópicos da entrevista
- Estrutura inicial do guião da entrevista
- Validação das questões da entrevista
- Introdução de ajustamentos nos tópicos, questões e respectiva sequência, em função da validação
- Versão final do guião da entrevista
Colunas da matriz
- Tarefas a desempenhar
- Recursos (humanos, materiais e financeiros) a envolver
- Data/hora de início e fim (previsão)
- Observações
Esta matriz pode ser utilizada pelo investigador como uma ferramenta auxiliar, funcionando como um checklist, contribuindo para que nada fique esquecido.
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